No último sábado (23) celebramos a vida de um grande santo: Padre Pio. Seu nome de batismo era Francesco Forgione. Ele nasceu no vilarejo de Pietrelcina, próximo à cidade de Benevento, Itália, filho de Grazio Forgione e Maria Giuseppa de Nuncio. Desde cedo aprendeu com a sua família a importância da oração. Iam à missa diariamente e, à noite, rezavam juntos o santo terço, por isso cresceu com humildade e pureza.
O tempo passou e Francesco crescia olhando o mundo de forma diferente. Quando alguém falava palavras impuras perto dele, ele saía correndo de perto para manter seu coração puro. Nossa Senhora e os santos de devoção eram como membros da família Forgione e, por isso, eles pediam ajuda dos santos como se fossem familiares próximos.
Mas, um certo dia tudo mudou. Francesco conheceu o Frei Camillo da ordem Capuchinha e decidiu que queria ser um Frade também. Quando completou 15 anos, entrou para a Ordem dos Frades Menores Capuchinhos, em Morcone, passando a chamar Frei Pio, e com 23 anos tornou-se Padre Pio. O hábito marrom que passou a usar simbolizava as virtudes franciscanas de viver a pobreza e a humildade.
Padre Pio praticamente viveu toda a sua vida no mosteiro de Nossa Senhora das Graças em San Giovanni Rotondo, e foi neste lugar que Pio viveu de maneira sobrenatural.
Na maior parte do tempo, ele ficava rezando, confessando (chegou a se dedicar até 14 horas por dia ao Sacramento da Reconciliação) e celebrando missas e vivia de maneira sobrenatural.
Pio podia ver e conversar com Jesus, com Maria e seu Anjo da Guarda. Pedia ao seu Anjo da Guarda para ajudá-lo a viver o Evangelho e trilhar o caminho da Santidade. Pio costumava dizer que os anjos se empenham em conduzir aqueles que guardam para Deus e por isso a intimidade com seu Anjo da Guarda era muito importante.
Sua missão sacerdotal era acolher os pecadores que vinham se confessar, dos quais tinha muita compaixão e buscava orientar e aliviar os sofrimentos.
Todos os dias rezava diversas vezes o santo Rosário. Pregava sempre a respeito do papel da Virgem Maria no mistério da Salvação. Dizia aos fiéis para confiar suas misérias à Mãe, pois só uma mãe conhece as fraquezas de seus filhos e intercede a Deus por cada um deles.
“Se o demônio não dorme para nos perder. Nossa Senhora não nos abandona nem um instante sequer”.
Mas, nem tudo era belo...
Assim como Padre Pio via seu Anjo da Guarda, também podia ver os demônios. Em seu quarto, viveu várias lutas espirituais e físicas com o demônio, que queria fazê-lo pecar.
Pio amou tanto a Cristo que recebeu suas chagas. Vários médicos, e até mesmo membros do clero, não acreditavam nas chagas de Pio. Mas era sobrenatural! Das chagas saía um cheiro doce e agradável, o que não podia ser explicado.
Ele construiu um hospital chamado “La Casa Sollievo dela Sofferenza” – Casa para o Alívio do Sofrimento – em San Giovanni Rotondo. Pio escolheu a palavra “casa” para que todos os doentes se sentissem amados, acolhidos e cuidados não somente no corpo, mas principalmente na alma. Então, funda os Grupos de oração para que os fiéis pudessem interceder pelos doentes hospitalizados.
Além das chagas e dos êxtases, Padre Pio também vivia a experiência da bilocação (quando se está em dois lugares ao mesmo tempo). Certa vez, ele estava assistindo a um concerto com seus irmãos frades e, apareceu no quarto de um homem enfermo para rezar por ele. No dia seguinte o homem que recebeu a oração agradeceu ao superior de Padre Pio por tê-lo deixado ir à sua casa rezar por ele.
Por meio da oração de Pio muitas pessoas foram curadas. Como a menina Gemma di Giordi que nasceu sem pupila nos olhos e por isso era cega. Sua avó levou-a em uma missa celebrada por Padre Pio e, ao término da missa ele rezou pela menina e minutos depois ela começou a enxergar. Ao ser levada aos médicos estes comprovaram que ela realmente estava enxergando, o que era impossível na sua condição.
Como surgiram os filhos Espirituais de Padre Pio?
Durante a sua vida, Padre Pio foi Diretor Espiritual de muitos devotos que desejaram ficar sob sua especial orientação e proteção. Ele os chamava de seus “Filhos Espirituais” e sempre os advertia que se comportassem dignamente para que “não o deixassem passar vergonha perante Deus”.
Um destes Filhos Espirituais foi muito especial. Crescendo em Pietrelcina, o frei Modestino (Damiano Fucci) ouviu muito sobre o Padre Pio. A mãe de Damiano, Anna, tinha a mesma idade e era vizinha de São Pio.
Em 1940, Damiano foi encontrar no mosteiro de San Giovanni Rotondo o homem de quem tanto ouvira falar. Depois que Damiano se confessou, o Padre Pio o encorajou Damiano a viver com retidão, deu-lhe sua bênção e aconteceu um fato extraordinário.
Inicialmente, Damiano sentia o chamado para se tornar beneditino, mas o Padre Pio disse-lhe que não era sua vocação ingressar na Ordem de São Bento. Ele acrescentou que o jovem poderia ir a Roma se quisesse, mas previu que um “desastre muito feio” aconteceria com ele lá, então, sem entender mas também sem querer contrariar seu diretor espiritual, Damiano comunicou o desejo de ingressar na ordem dos Franciscanos Capuchinhos de Marcone.
Três anos depois, a previsão do Padre Pio se concretizou quando o abade beneditino e um irmão para onde Damiano, agora Frei Modestino, foram mortos por ladrões o que foi de grande impacto para Frei Modestino.
Frei Modestino ia frequentemente visitar Padre Pio, no Convento e sentia-se muito honrado de ser considerado um de seus filhos espirituais, então pensando certa vez justamente na graça divina de ser dirigido espiritualmente por ele, lhe fez um pedido muito especial:
- “Padre Pio existem pessoas que não podem vir até aqui para se confessarem com o Senhor e serem seus filhos espirituais, Pensei então numa solução se for do seu agrado e se o senhor me permitir...
Padre Pio perguntou então para ele:
-“No que consiste o que deseja me pedir?”
-“Gostaria de assumir como seus “filhos espirituais” todos aqueles que se comprometerem a rezar um terço por dia e, de tempo em tempos, mandassem celebrar uma missa em suas intenções”.
Padre Pio abrindo os braços e erguendo-os para o céu respondeu prontamente:
“E achas que eu poderia renunciar a este grande benefício? Faça o que me pede e eu te assistirei!”
Em outra ocasião, Frei Modestino perguntou o que deveria dizer aos seus filhos espirituais, Padre Pio Respondeu:
“Diga-lhes que vou animá-los sempre, para que sejam perseverantes na oração e na prática do bem!”
Os Filhos Espirituais de Padre Pio e a Santidade
No dia 20 de setembro de 1968 em reunião internacional de Grupos de Oração de Padre Pio, Frei Modestino foi a San Giovanni e após concelebrar a missa com Padre Pio dentre outros, Padre Pio lhe deu um presente muito especial:
“Confio a você o rosário para divulgá-lo e difundi-lo entre meus filhos.
Frei Modestino foi um dos grandes divulgadores desta aliança de amor ao Padre Pio através de seus filhos espirituais que nos dias de hoje são incontáveis.
Após a morte de Padre Pio, Frei Modestino, como seu filho espiritual, acabou exercendo um papel fundamental em seu processo de canonização, foi convocado para testemunhar, catalogar e colocar em exposição as roupas e objetos pessoais de uso do santo estigmatizado.
Frei Modestino, faleceu em 14 de agosto de 2011, aos 94 anos em ares de Santidade, seu processo de beatificação foi aberto em 2020, a história deste filho espiritual de São Pio nos recordou que a santidade é contagiosa e nós queremos nos contagiar dessa santidade.”
Como se tornar um filho espiritual de Padre Pio?
Viver intensamente sob a graça divina.
Provar sua fé através de palavras e ações, levando uma vida verdadeiramente cristã.
Desejar permanecer sob a proteção de Padre Pio e participar dos frutos de suas orações e sofrimentos.
Imitar as virtudes de Padre Pio, particularmente seu amor por Jesus Crucificado, pelo Santíssimo Sacramento, por Nossa Senhora, pelo Papa e por toda a Igreja.
Ter um sincero espírito de caridade para com todos.
As obras e os filhos espirituais de São Pio de Pietrelcina
Graça e Paz!
Christianne Porto
Discipulada de 2° Ano