Chamo-me Diogo e tenho 18 anos, sou natural da capital de São Paulo e segundo irmão mais velho de mais quatro irmãos e meu chamado vocacional começou aos 12 (doze) anos de idade, minha família sempre me levava a igreja desde pequeno e comecei a acompanhar um pouco este rumo eclesial, mas não entendia e não compreendia o que Deus queria de mim. E, mesmo não entendendo fui tendo o meu caminhar na igreja, acompanhando meu irmão que tocava nos grupos de oração, cenáculos marianos e nas Missas.
Esta rotina começou a me atrair a cada dia e cada vez mais ao caminho de Deus, pois comecei a me sentir feliz neste caminho que é de Deus, mas algo em mim começou a ser diferente, então comecei a sentir que eu poderia fazer, dar algo a mais de mim na igreja, exercer uma função ou algo assim. Então recebi um convite para participar do grupo de canto na paróquia São Miguel Arcanjo, e este tempo em que estive no grupo me fez ver e alimentar em mim este fruto vocacional.
Comecei a servir ajudando ao padre, e foi quando as coisas começaram a me chamar a atenção na igreja, a beleza que eu ainda não entendia, tais como: porque o padre fazia aquilo? Porque ele usava tais vestes? E cada vez mais me deixando muito curioso, felizmente existiu alguns amigos que foram para um lugar que eu nem imaginava que existia, era um lugar que se chamava seminário, onde os padres se formavam, então conversei com esses amigos e fiz algumas pesquisas que acabaram me deixando bastante interessado e esse desejo só me enchia de alegria. Por fim, aos 15 (quinze) anos falei aos meus pais: “Eu quero ir para o seminário!”. Meus pais automaticamente me apoiaram nesta ideia e me ajudaram, as minhas procuras só continuavam em busca de algum seminário que acolhessem garotos menores de idade, e não encontramos, só existia aqueles mais conhecidos que se ingressa aos 18 anos. Mas naquele momento, não queria esperar, não queria ter que esperar por mais três anos.
Meus pais estavam fazendo caminho na Comunidade Católica Instrumento de Deus quando fomos em uma paróquia pertencente ao Sagrado coração de Jesus, e o padre nos acolheu e comecei a conversar com ele e falei sobre minha vontade de ir para o seminário, ele falou que tinha um em Minas Gerais, e ele, então, foi me acompanhando até chegar aonde é minha atual residência, no seminário de Lavras - MG. Cheguei lá em 2016, onde me pediram para fazer dois encontros vocacionais e voltei tendo a certeza de que eu queria estar lá.
Atualmente moro lá há 4 anos, no próximo ano vou para faculdade de filosofia. Quando cheguei tinha o pensamento de que já seria padre, mas logo esse pensamento foi quebrado. Na minha primeira formação o padre falou “vocês não estão aqui para serem padres, mas estão aqui, principalmente, para serem santos”. Mas, a prática em ser santo foi muito difícil compreender, pois com tantas dificuldades e desafios, não conseguia atingir aquilo que eu precisava, que além da santidade, também era o meu esforço humano, nas coisas do dia-a-dia com o seminário, na escola e na rotina com os outros garotos.
Houve momentos na minha caminhada que tive que parar e fazer o encontro comigo mesmo, pois com muitas dificuldades intelectuais e pedagógicas criei em mim barreiras, que não pude ver o tesouro de Cristo. Mas, com a ajuda de um padre e pessoas, como também existiu momentos em que pensei em desistir, e o que me fortalecia era a carta de são João que traz “onde está o tesouro ali está teu coração”. E não sabia onde estava este tesouro e este coração, tanto o meu como o de Cristo, mas persisti no amor e venci. E, hoje sou feliz nesta caminhada, neste discernimento a cada dia.
Peço orações de todos.
Diogo Barros
Seminarista, Scj (Seminário de Lavras-MG)
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