"Nesse exato momento parecia que nada do que eu “sonhava” para meu futuro fizesse sentido, entendi “claramente” que Deus queria que eu também me consagrasse à Ele, para viver esta mesma missão. Me sentia extasiada, voltei para o meu trabalho com uma alegria tão grande dentro de mim, que mal conseguia entender e nem acreditar no que tinha acontecido"
Tinha 17 anos quando no dia 4 de abril de 2015 comecei a trabalhar como jovem aprendiz em um pensionato de longa permanência para idosas em São Paulo. Para mim foi uma surpresa quando descobri que era administrado por freiras. Comecei então a trabalhar, às vezes no computador com as planilhas, atualizando registros, outras vezes na farmácia embalando medicamentos e colocando nomes.
Também ajudava nas atividades das idosas, elas faziam pinturas, atividades físicas entre outras coisas criativas. Foi no dia 14 de julho desse mesmo ano, na solenidade de São Camilo que senti o chamado para vida religiosa. Nesse dia a Irmã com quem eu trabalhava tinha ido para Aparecida e, eu não sabia, mas ela daria uma entrevista na TV. Como ela não estava, então fiquei na farmácia e me falaram que ela iria passar na televisão. Todos que estavam lá foram assistir, inclusive eu. Quando cheguei estava começando a entrevista, primeiro foi dada uma introdução falando sobre São Camilo e depois as duas Irmãs que lá estavam falaram muito brevemente sobre sua vocação e contaram um fato bonito que aconteceu num hospital.
Nesse exato momento parecia que nada do que eu “sonhava” para meu futuro fizesse sentido, entendi “claramente” que Deus queria que eu também me consagrasse à Ele, para viver esta mesma missão. Me sentia extasiada, voltei para o meu trabalho com uma alegria tão grande dentro de mim, que mal conseguia entender e nem acreditar no que tinha acontecido.
Esse pensamento me acompanhou até o dia seguinte quando voltei ao trabalho. Eu até cheguei a rever várias vezes aquela entrevista na internet.
No dia seguinte disse para a Irmã que eu tinha assistido a entrevista e que ela estava na internet. Perguntei então como que fazia para entrar na Congregação e acho que ela ficou muito surpresa, me explicou o que tinha que fazer e disse que se eu quisesse fazer uma experiência podia falar com ela, que me encaminharia para uma das Irmãs que trabalha com as vocações. Eu realmente não imaginei que ela fosse pensar que era eu que queria entrar, mas sim uma outra pessoa. Por alguns dias não falei nada sobre isso, mas uma vez quando tive que ir no pensionato para fazer a atualização dos nomes no computador, vi duas jovens com avental, cuidando de uma pensionista, isso me chamou muito a atenção porque não sabia que lá tinha outras jovens que faziam experiência. Então quando vi uma das Irmãs perguntei quem eram elas, aquelas jovens, que estavam no pensionato, e ela me disse que eram aspirantes, e como ela sabia que eu queria fazer experiência, disse que iria pedir para uma Irmã conversar comigo.
E assim aconteceu, passaram-se alguns dias e como eu não era de família católica e nem era batizada, tive que fazer catequese. Uma das irmãs me dava aula, mas foi por pouco tempo, porque no dia 26 de dezembro, ainda em 2015, recebi em um só dia, o sacramento do Batismo, a Crisma e a Eucaristia, e já no dia 3 de janeiro de 2016 ingressei no aspirantado. Fiquei somente dois meses e, em março de 2016, na solenidade de São José, entrei para o postulantado que fica em Atibaia e, em dezembro de 2017, na Imaculada Conceição, iniciei o noviciado.
Fiz minha primeira profissão também na solenidade da Imaculada dois anos depois, em 2019.
Atualmente sou religiosa na Congregação das Filhas de São Camilo e me sinto muito grata a Deus pelo dom da minha vocação e espero que com sua graça eu possa perseverar até o fim.
IRMÃ BÁRBARA WYNY C. DA SILVA
Congregação Filhas de São Camilo
Comments