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Foto do escritorChristiane Porto

Espelho, espelho meu... Do que eu preciso me despojar hoje?

Diferente do conto de fadas da Branca de neve onde o espelho era consultado para se obter respostas, hoje eu e você mais do que parar para olhar o nosso reflexo no espelho e responder ao questionamento proposto, somos convidados a olhar para o nosso interior.

No capítulo 13 da carta de São Paulo aos Romanos, o apóstolo vem nos dizer que é preciso despertar do sono para nos libertar das obras das trevas e revestir-nos do Senhor Jesus Cristo: “...Sabeis em que momento estamos: já é hora de despertardes do sono. Agora, a salvação já está mais perto de nós do que quando abraçamos a fé. A noite está quase passando, o dia vem chegando: abandonemos as obras das trevas e vistamos as armas da luz.” (Rom 13, 11-12)

Despojar-se é desapegar-se.

Na época das férias e do Natal costumamos praticar o despojamento de muitas coisas. Abrimos os armários, as gavetas, o guarda-roupa e retiramos tudo o que está sobrando. Essa atitude é nobre e sê bem iluminada pelo Espírito Santo nos fará perceber que é preciso não se deixar possuir pelos bens materiais.


Precisamos diariamente desta atitude de despojamento, como o Venerável Carlo Acutis, que será beatificado em breve pelo Papa Francisco. Falecido em 12/10/2006 com apenas 15 anos, vítima de uma grave leucemia. Foi considerado o anjo da juventude, o “ciberapóstolo da Eucaristia” pois utilizava a internet para promover o amor a Jesus Eucarístico, divulgando os milagres em torno da Eucaristia. Ao receber e adorar a Jesus na Eucaristia ficamos mais apaixonados por Ele e pelo próximo.

O Jovem Carlo Acutis não deixou que a riqueza de sua família o afastasse de descobrir na Eucaristia o verdadeiro despojamento. Deixava de jantar para alimentar aos pobres... Fazia isto com tanta descrição que sua família somente descobriu as suas obras de caridade quando os pobres foram render sua última homenagem em seu funeral.

Precisamos verdadeiramente nos despojar da falta de perdão, de querer ter sempre a razão, da inveja, da mágoa, do ressentimento, do egoísmo, dos julgamentos e como Paulo cita em Romanos 13, 13: “...Procedamos honestamente, como em pleno dia: nada de glutonerias e bebedeiras, nada de orgias e imoralidades, nem de contendas e rivalidades.”

É necessário romper diariamente com tudo aquilo que sabemos que não condiz com o que Deus espera de nós. Romper com a falta de disciplina, com a preguiça e com a paralisia diante da vida de uma mudança desejada, porém por diversas vezes postergada.

Neste mundo precisamos nos alinhar em Deus. Ser sal e luz. O tempero que no escondimento e na medida exata, dá sabor e a luz que não ofusca os olhares, nem quer apagar a luz do outro, mas tornar-se um sinal de despojamento.


Em um dos quadros do Santuario della Spogliazione (Santuário do Despojamento) em Assis, na Itália, podemos observar São Francisco que se despojou até a nudez, de todos os bens materiais e terrenos para doar-se inteiramente a Deus e aos irmãos.

Seja diante do Ostensório ou diante da Cruz que nós possamos repetir o exemplo de Francisco e encontrar resposta para a seguinte pergunta: Amado, amado meu, do que eu preciso me despojar hoje para ser mais apaixonado (a) por ti? Em intimidade com o Amado de nossa alma Ele falará ao nosso interior e então como diante de um espelho, porém não mais de maneira confusa (1Coríntios 13, 12) a luz de Cristo nos iluminará e encontraremos a resposta.


Christiane Porto

Vocacionada do Caminho

Comunidade Católica Instrumento de Deus

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